quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Augusto Azevedo: "A CBF está matando os clubes menores"




Leiam e reflitam, eu concordo plenamente com a mensagem e gostaria muito que fosse adiante tal atitude.

Terrível, humilhante, discriminatório e extremamente preocupante o que estamos assistindo no nosso futebol brasileiro.

Analisando as classificações das séries A e B, atualmente, não me deixei tomar apenas pela revolta, mas, acima de tudo, pela vontade de alertar a que façamos algo, em prol do futebol do Nordeste. Ou melhor, Norte e Nordeste.
Dos 7 clubes nordestinos, dentre os 20 inseridos na série B do Nacional, 6, falei SEIS, integram rigorosamente as 6 últimas posições. Na série A, a situação é semelhante. Dos 3 nordestinos integrantes, 2 estão na zona de rebaixamento. Para não citarmos que a Região Norte, sequer, tem representante em ambas as séries.
Atribuir esta situação à "má-gestão dos clubes" ou a "complôs", com todo o respeito, é analisar de maneira simplista a questão. Em que pese haver sentido nestas avaliações, não podemos nos perder no "olhar das árvores, sem ver a floresta".
Penso estarmos diante de uma afronta básica a um princípio democrático geral, que serve, e muito, ao mundo do futebol, que é "tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual".

A CBF está MATANDO os clubes menores, principalmente, destas regiões menos abastecidas, economicamente.
Começou pela extinção das copas regionais, que eram sucesso de público e renda, nestas regiões citadas. Desconsiderando tais copas, adequam o calendário brasileiro penalizando competições seriadas, como a C e D, com fórmulas que não põem em atividade todos os integrantes destas séries, o ano inteiro, só alguns poucos finalistas, e quase sem nenhum apoio logístico. São exatamente estas competições que vem dando ainda algum alento à maioria dos clubes do Norte/Nordeste.

Quando chegamos à análise das séries A e B, vemos que apesar de por em atividade o ano todo, seus clubes integrantes, peca de maneira proposital na hora da distribuição da polpuda verba patrocinante, onde os clubes menores, incluam-se os nordestinos, são os menos aquinhoados. Com isso, há uma reserva antecipada das vagas do G4 de baixo para nós e, G4 de cima, para "eles". Além do que, draconianamente, inserem cláusula contratual que permite o absurdo de liberar as imagens de jogos para a própria praça onde os mesmos se realizam, diminuindo drasticamente a energia e o sentido dos estádios: presença de público. Cada um fica no bar da esquina ou em suas poltronas, defronte a uma TV, abandonando seus clubes.


É hora de se convocar uma grande assembléia de todos os clubes e federações, nortistas e nordestinas, construindo um documento que EXIJA, e não apenas mendigue, melhores e maiores condições nos certames. A força de um é pouca. A de todos, enorme.
Ou REAGIMOS, ORGANIZADA e UNIFICADAMENTE, ou viraremos cemitérios de clubes e futebol, históricos e de tantas tradições.

Fonte: www.radioglobonatal.com.br

E digo mais, a existência e o fortalecimento dos mistos no nordeste, dando audiência e ibope aos clubes grandes do eixo sul/sudeste, fazendo com os grandes investidores(patrocinadores), escolham as camisas daqueles clubes em detrimento aos nossos, tem uma grande parcela de culpa nesse processo de falência que vive o futebol nordestino.

Essa união precisa acontecer sim, e com a máxima urgência enquanto ainda temos voz, que a rivalidade fique em segundo plano nesse momento, está em jogo a riqueza e toda a tradição dos nossos clubes. Mais é preciso que nós nordestinos acordemos para essa questão dos mistos, parece bobagem mas não é, porque empresas como Pirelli, Adidas por exemplo, irão apoiar ou patrocinar clubes como ABC, América, Santa Cruz, Ceará ou Fortaleza, se podem chegar em nossas casas todas as quartas e domingos em horário nobre pela Globo e Band através da camisa de clubes que cada dia ficam mais ricos como Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Flamengo, Vasco, etc... e lá faturarem fábulas de dinheiro a nossas custas ?

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