AS VÁRIAS FACES DE UMA MESMA MOEDA
Caro Chico,
Estou de repassando uma reflexão que fiz sobre os acontecimentos de domingo, para o amigo ponderar.
Não acho que a derrota para o Corintians tenha sido a água no chop da conquista do ABC. Acho que a água no chop realmente foi colocada pela ação desastrosa da PM, e sob esse aspecto eu gostaria de abordar, dividindo-o:
Piscas
O primeiro ato da demonstração de total despreparo de quem comandava o policiamento, foi após o gol do ABC, quando a torcida fazia um espetáculo belíssimo e a polícia resolver roubar a cena. É proibido piscas dentro do estádio? Claro que não. Inclusive a diretoria ajudou financeiramente na compra dos fogos. Portando não haveria problema algum em comemorar o gol com o show pirotécnico. Se fosse proibido simplesmente era só impedir a entrada do material, que não ocorreu. Em um jogo festivo, quase um amistoso, não teria problema algum aguardar enquanto a fumaça se dessipava. Mas o comandante do policiamento, demonstrando a absoluta falta de competência mandou que os artefatos fossem recolhidos, aí o primeiro ato de sandice e selvageria teve início.
Reação
Segundo ato: O estádio todo indignado começou a ostilizar o policiamento. Enquanto estava só nos gritos de guerra, tudo bem. Mas no momento que começaram a jogar bebidas e atirar latas, aí a torcida perdeu a razão. Não entro no mérito se um brucutu merecia ou não a latada, mas achar que iria jogar uma lata ou bebida e a coisa ia ficar por isso mesmo é dos dois um: muita inocência ou extrema covardia. Covardia porque acabou trazendo para os outros um problema que era só dele. A maioria não estava disposta a se sujeitar a reação de uma polícia agredida. E teve de arcar com as consequências dos inconsequentes covardes que atiravam objetos e se esconderam na multidão.
Reação II
A partir daí o que se viu foram cenas de pura barbárie. 20.000 mil pessoas encurraladas, acuadas, sem ter como fugir, sendo agredida violentamente, sem direito a defesa, por policias descontrolados, sem comando, sem noção de risco, distribuindo spray de pimenta para todo lado, para todo mundo.
Mulheres, velhos, crianças, ninguém foi poupado. Só pode ter havido o dedo de Deus para não ter ocorrido um desastre maior. Se alguém cai, na hora do empurra, empurra, certamente teria sido pisoteado. Numa situação como aquela, não havia como iniciar uma perseguição da forma como a polícia fez, sem comprometer a integridade física das pessoas.
Postura da Polícia
Sempre fui defensor de uma polícia enérgica, porque acho que bandido não merece carinho. Mas alí a imensa maioria não eram bandidos. Eram pais de família, junto com esposas e filhos, em um momento de lazer e descontração que foi roubado por quem deveria proteger. No módulo três, vi um torcedor apanhando, com as mãos na cabeça, e um policial totalmente sem controle, espumando feito um cão raivoso, a bater talvez por vingança, não por necessidade. A postura desse policial foi o exemplo do estado de espírito do policiamento que estava nos dando “proteção”, em um domingo que devia ser só de festa.
LAMENTÁVEL E LASTIMÁVEL…
Pedro Augusto Fernandes de Medeiros
Fonte: www.radioglobonatal.com.br/blog
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